sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Qual é o destino da indústria jornalística?

Ontem estava revisando alguns papeis e me deparei com uma citação de Einstein muito conhecida: “We can't solve problems by using the same kind of thinking we used when we created them.”, e me fez repensar toda essa discussão. Em primeiro lugar, o futuro dos jornais não é o problema.
O futuro já está traçado.
Os jornais não subsistirão dentro do contexto atual. E estamos discutindo esse assunto da mesma perspectiva que ele foi criado. E conforme Einstein disse, essa perspectiva não nos permite ver a solução desse problema.
O fim dos jornais não é a causa do problema, é a conseqüência. Desde a difusão das notícias pelo rádio, os jornais já estavam com o futuro anunciado e limitado. Com a TV então, o problema se tornou pior. Só perceberam a gravidade da situação com a Internet.

Quero salientar aqui, um outro objetivo das empresas além do lucro. As empresas são criadas por empreendedores que identificaram necessidades de PESSOAS que careciam de satisfação.
Não vou focar aqui outros aspectos da empresa, quero focar a empresa como a entidade que produz para satisfazer necessidade. O aspecto lucrativo da empresa não é relevante para essa discussão.
Quando os jornais foram criados, eles sistematizaram informações que antes estavam dispersas, dando-lhes confiabilidade, coerência e unicidade em um único meio. Hoje, a necessidade de informações confiáveis e coerentes está satisfeita e é grátis.

Portanto, vou levantar algumas questões:
1. Qual é o problema que estamos tratando?
· A necessidade de notícias em mídia impressa?
· A necessidade de vender e/ou comprar?
· A necessidade de ouvir opiniões, comentários e análise?

Portanto, nesse contexto, com as perguntas acima nos encontramos em um beco sem saída, pois todas as necessidades levantadas já estão plenamente satisfeitas com a Internet e com ferramentas bem mais competentes, sem destruição de matas nem geração de lixo.

2. O que o cliente deseja do jornal, essa é a segunda questão.
Discutindo esta perspectiva do problema podemos inferir que o desejo do cliente está mais relacionado com o aspecto emocional do que com a necessidade real de informação.Pois informação ele tem, grátis, de um modo ou outro.
· Então, o que realmente o consumidor deseja?
· Ele vai continuar desejando ler o jornal no metrô, no café, no sofá da sala ou escritório?
· Que tipo de informações ele desejará ler?
Sim, consumidores aforam manter os hábitos. Ele vai continuar a ler no sofá, no metrô e no café. Acredito também que o tipo de informação apresentada deverá ser um diferente das que temos hoje.

Portanto, na minha opinião, o modelo dos jornais atuais não se adéqua ao contexto atual e questionamos o destino do MODELO no qual está inserido. Então, dentro desse contexto, coloco aqui as seguintes questões sobre o produto:

· Como será o novo produto chamado jornal?
· Quais informações ele conterá?
· Qual será esse novo modelo?
· Que necessidades ele irá satisfazer?

Estas são as questões de milhões de dólares e deixo essa discussão para depois.