sexta-feira, 11 de junho de 2010

O romance da criatividade



Pessoal, lí este texto no site - The heart of Innovation e trago o contexto para vocês, juntamente com a minha experiência, pois foi isto que vivi quando estava desenvolvendo a patente da minha invenção – Pendure & passe.

Se vc está tentando fazer algo novo, então pense o seguinte:

A criatividade é um processo muito parecido com um relacionamento amoroso. E como a maioria dos relacionamentos, ele normalmente começa com a fascinação de ambos os lados - o curioso que este estado mental o deixa encantado, enlevado e fascinado.

Quando alguém tem uma nova idéia, é como se fosse um novo romance e você fica completamente apaixonado, encantado, embevecido. Para muitos de nós, apenas pensar a respeito de uma nova idéia já é um poderoso afrodisíaco. Ele desperta nosso psique e fica difícil, comer, dormir ou pensar em qualquer outra coisa. Enquanto algumas pessoas envolvidas em um relacionamento conseguem manter este clima de excitamento por meses, a maioria de nós é menos afortunado. É raro encontrar uma pessoa que consegue alimentar e manter este estado de espírito por anos.


 Depois que a intoxicação inicial dos primeiros encontros passa, a insonsa realidade se instala. Onde antes era apenas beleza, agora é reprovação. Para piorar as coisas uma estranha ansiedade aparece. "Será que serei bom obastante para alcançar o meu objetivo?", nós nos perguntamos. "Será que sou capaz de desempenhar tal tarefa?". Tempo de dúvidas e questionamentos, de qualquer maneira a lua de mel acabou e segue-se então um doloroso período de reavaliação.

Se o sua família não acreditar em você, a situação fica pior ainda, pois você se percebe como realmente incapaz. O efeito é paralizante, você posterga, procrastina, se boicota. Se nem sua família acredita em suas idéias e projetos, como os outros, que não o conhecem, acreditarão? você se questiona.
Medos profundamente enterrados em nós começam a "aflorar" e nos conduzem a uma "fuga". Ao invés de aprofundarmos na nossa energia criativa que acompanha toda nova idéias, n´s paramos e estudamos e dissecamos a situação. Trazemos nossas dúvidas à tona e deixamos nossa energia criadora escapar pelos dedos.
Antes que você perceba, o jogo da encantamento/amedrontamento se instala e logo na segunda-feira  estamos totalmente absorvidos em nosso novo projeto e na sexta-feira, temos certeza que tudo aquilo ( o projeto, idéias etc..)  é um desperdício de tempo. Este desenho logo se "instala". Em vez de manter nosso compromisso com aa nossa quente e nova idéia, nós começamos a derrapar em outras idéias menores, repetidas e descompromissadas.

Flertamos com outras idéias, outras possibilidades, outros novos amores. Recomeçamos em tudo e em qualquer coisa -- o que quer que se faça não sustentará nosso relacionamento com nossa inspiração original.

E HÁ ALGUMA ESPERANÇA?

Sim, há. E acontecerá uma coisa mais poderosa que a esperança - a consciência de sí, de seus medos, de sua capacidades e possibilidades. Simplesmente  desperta uma nova consciência de como sua mente trabalha e você poderá viver um longo caminho de mágicos acontecimentos.

Para comçar a entender os romances, não importa o que irá nos inspirar, isto é temporário. O trivial uma hora termina. O que é realmente bom amadurece, muitas vezes evoluindo para um comprometido relacionamento,  transformando-se em uniões duradouras.

Se você tiver certezas em relação a alguma nova idéia, esteja disposto a olhá-la mais de perto. Vá do estágio do romance para o estágiode maior intimidade. Entender o processo criativo é - um encontro impossível de se negar consigo mesmo - seus medos, seu poder, sua visão, e o que o guia para participar do jogo da vida.
Nunca se esqueça que você poderá tropeçar e ter seus períodos de  contradições e conflitos consigo mesmo, e que muitas vezes vc se sentira como uma fraude. Mas, o combustível para muitas descobertas creativas foi não somente paixão, objetividade e proposta, mas confusão, conflito, e descrença.
É normal, é humano, faz parte do processo. Acima de tudo, não esqueça o prazer que você pode ter em seu relacionamento com a criatividades.

Link do site - Heart of Innovation - http://www.ideachampions.com/weblogs/archives/2010/06/_one_of_the_mos.shtml?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+TheHeartOfInnovation+%28The+Heart+of+Innovation%29

sábado, 8 de maio de 2010

Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar

Simplesmente fantástico - Explendido. O mundo e nós precisamos muito deste tipo de iniciativa.



O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.

Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.

Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.

Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.

À prova de apagão

Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar".

O inventor explica que a idéia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo – o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. "Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar e levar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial", diz.

http://www.formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5312:poste-de-iluminacao-publica-100-alimentado-por-energia-eolica-e-solar-&catid=76:curiosidade-e-dicas&Itemid=105

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Prahalad.... que pena!!!



Prahalad... um grande pensador de nosso tempo que ousou pensar com administrar com inclusão.
No último dia 16/4 perdemos C.K. Prahalad, um dos mais ousados pensadores em administração donosso tempo. Era um pensador que olhava para o futuro, sempre antecipando as próximas práticas de gestão, sempre pensando em administrar para multidões (Sandbox Management) . Suas idéias devem permanecer pois elas são a solução para o mundo superpopuloso de amanhã.

O pensamento indiano de Prahalad – como assim é conhecido – é fruto de suas teses de ontem; ele foi um dos poucos acadêmicos da elite que alertou quanto às mudanças no panorama mundial de negócios, quanto à importância do consumidor na base da pirâmide. Seus famosos estudos e teorias não são recentes; na verdade ele advertiu à muito tempo o mundo dos negócios quanto às suas “profecias” econômicas.

O caminho é criar produtos e serviços sob medida para uma significativa parcela da população, que atualmente vive com menos de um dolar por dia, transformando-a num gigantesco mercado consumidor.
Personalização da experiência - para cada indivíduo, uma experiência única, seja o indivíduo funcionário, cliente, fornecedor, parceiro ou influenciador do negócio.
Flexibilidade e customização de massa - o valor é cocriado com cada indivíduo.

Interface e interação com indivíduos - a experiência dos clientes e outros stakeholders é simples e intuitiva.

Acesso a recursos e gestão da complexidade - prover aos clientes acesso a distintos produtos e serviços que estão hoje fragmentados nos mercados e tentar organizar a "complexidade" dos mercados, oferecendo soluções completas.

Redes colaborativas - para prover acesso a recursos fragmentados e reduzir a complexidade, formar redes de parceiros para servir os clientes, gerando experiências únicas de valor.

Qualidade, agilidade e eficiência - qualidade, agilidade e custos competitivos é premissa do jogo.

domingo, 28 de março de 2010

Redes Sociais e a surpreendente felicidade virtual




            Pensando um pouco sobre como percebemos o mundo, procurei aprofundar-me neste assunto, principalmente considerando-se o efeito das redes sociais nas nossas vidas. Lendo a respeito da fenomenologia das percepções, meus olhos cairam no conceito de noema. Sem querer ensinar padre nosso ao vigário (afinal, não sou da área), creio que cabe relembrar este conceito.

"Na redução fenomenológica, a Noesis é o ato de perceber. Aquilo que é percebido, o objeto da percepção, é o noema. A coisa como fenômeno de consciência (noema) é a coisa que importa." - Cobra, Rubem Q. - Fenomenologia. Filotemas, Site http://www.cobra.pages.nom.br/.

          Portanto, somos como um submarino olhando o mundo através de um periscópio. Nossa noesi é limitada e transforma o nosso perceber na nossa realidade. Quando estamos nas Redes Sociais, esta é a nossa realidade. Não existe mundo lá fora, não existe a solidão de estar em uma rede.
A realidade é:

               Estou conversando com meus amigos no Orkut, MSN ou outra rede Social qualquer. No fundo, as Redes Sociais são um paraíso, o melhor dos paraísos pois não temos que aguentar o mundo como ele é nem a chatice dos outros. Todos são uma imagem idealizada daquilo que desejam ser inclusive eu mesma. Portanto posso deixar rolar minha fantasia e ser quem eu sonho ser. Nestas redes TODOS MENTEM e isto é lícito e esperado. Portanto, as Redes Sociais são o noema que todos percebem como sendo a realidade que eles querem viver. Se meu noema não me agrada, fecho a pégina e procuro outra turma mais adequada á minha fantasia. é quase uma volta ao aconchego do útero...

              Porisso que fez tanto sucesso. ´Portanto, neste contexto qual é a importância de se viver (tocar, cheirar, degustar, abraçar) no sentido mais amplo. Está se vivendo no sendo mais amplo sem estas sensações. Está se vivendo a fantasia como realidade. Fiquei perplexa com a consciência deste fato. Outro dia minha filha de 15 anos fez o seguinte comentário: Adoro a Priscilla, mas quando estamos juntas não nos damos bem. Ela é muito chata! Mas no MSN ela é muiiiito legal. É uma das minhas melhores amigas. Ou seja a imagem idealizada que me filha criou no MSN combina muito bem com a imagem idealizada da colega. Mas a imagem real de cada uma não combina Eambas acreditam piamente que são amigas. E isto é real? Se não tiverem que conviver ao vivo é real pois é assim a noesis delas, e portanto a realidade delas. Para se ter a dimensão deste fenômeno, apesar das pessoas estarem isoladas em seus mundos, elas se sentem profundamente aceitas e amadas no seus mundos virtuais. E é perturbador perceber que este mundo virtual satisfaz. Não é a solidão da TV onde vc é passivo recebendo a informação, mas a coletividade das Redes Sociais onde você conversa e discute sem ter nenhum contato.

Para sair disto é necessário ter a noesi do VIVER A VIDA -  resolver experimentar de novo a sensação de viver neste “sentido mais amplo” e tirei os fones do ouvido, passando a perceber o ambiente real à minha volta." e decidir viver. Viver aqui fora é difícil. As pessoas são tão diferentes que os conflitos acontecem inevitavelmente ao passo que no mundo virtual não. às vezes elas não aguentam nem elas próprias. Portanto, a questão que deixo aqui é:

SERÁ QUE A FELICIDADE VIRTUAL(VIVIDA NO MUNDO VIRTUAL) É SATISFATÓRIA O SUFICIENTE PARA CRIAR UM COM MENOS FRUSTAÇÕES?

sexta-feira, 26 de março de 2010

A internet eliminou as 3 leis básicas da física: O tempo, o espaço e a matéria.

Em meu grupo de discussão no LinkedIn, o lider, Sérgio Viégas, colocou em discussão, o seguinte assunto sobre Internet, considerando os argumentos a seguir:

  • Pela internet não existe o longe (espaço). Tudo é perto.
  • Não precisamos mais de um livro físico (matéria), buscamos a informação pela web e podemos ler na hora.
  • Não se gasta tempo (tempo) esperando chegar, é quase instantâneo.
  •  O mundo muda de lógica.
          A discussão em questão está sendo produtiva e gostaria de reproduzir aqui a síntese dos meus comentários.

         A Internet fez muita coisa mas não eliminou o espaço. Mas ela modificou nossa percepção de espaço para aquisição de conhecimento ou acesso a informações ou imagens de lugares.  Quem primeiro eliminou o conceito de espaço foi o telefone, depois a TV. Pertencemos a geração plim-plim, acontece no Japão e, poucos minutos depois já estamos sabendo do acontecido. Tivemos até uma guerra video-game - guerra do Iraque. Mais parecia um jogo de video-game banalizando a dor e tragédia que toda guerra trás.

          O advento do telefone nos permitiu ter uma pequena distorção da realidade, trazendo a distância pra perto. Com a TV esta distância passou a ser menor ainda. Passamos a ter a sensação de conhecer o mundo inteiro. Quase todos nós temos a sensação de conhecermos New York como se realmente habitássemos lá.

          Com a Internet esta percepção passou a ser mais distorcida e enganosa, mas a sensação de solidão também aumentou confrontando a nossa realidade. Estamos taaaãooooo conectados e ao mesmo tempo, taaaãoooo isolados. O livro físico foi substituido pela tela do notebook ou do computador. A matéria continua muito presente, apenas mudou de forma. Como dizia Arthur Clarke -"Toda tecnologia, quando está muito avançada bebe nas águas da magia.".

          Vivemos no contexto mágico de tecnologia. Não concordo quando vc diz que muda a lógica. A lógica em sí, não mudou, mas apenas o tempo que encontramos o objeto desejado ou... a imagem do objeto desejado. Tudo muiiito virtual.

         O ambiente virtual é essencialmente ilusório pois pouco envolve do físico. Este fenômeno é muito interessante pois geralmente temos a ilusão de conhecermos profundamente lugares que nunca estivemos, pertencermos a grupos onde as pessoas jamais se conheceram ou se encontraram fisicamente e participar de eventos onde jamais estiveram presentes. E tudo isto com muita intensidade, sem contudo, viver no sentido mais amplo (tocar, cheirar, degustar, abraçar, etc) da palavra. Passamos a viver no virtual, relacionar no virtual mas no fundo estamos intensamente sozinhos. Até que ponto este tipo de vida nos satisfará?

         Outro detalhe deste mundo virtual é o fato de ele influenciar nossas escolhas. Esta escolhas não são ilusão mas a vida vivida através do Twitter, e-mail, internet, Orkut etc.. é ilusória. Estamos em comunidades imensas mas não nos tocamos, abraçamos ou sentimos o cheiro do outro. Influenciamos a sociedade e pertencemos a grupos que jamais se reuniram.

        A conectividade é eterna mas o conectado não. Somos números e ao mesmo tempo, somos entidades (fantasmas) que se desaparecermos do mundo conectado, poucos sentirão falta pois logo alguêm entra e ocupa o seu espaço. Impressionante!! O impacto em nossa percepção foi tão grande que perdemos a dimensão real em prol da ilusão do virtual.
Qual será a doença que esta distorção da realidade gerará?
O que virá a tona?
             
            A solidão é patente mas parece que as pessoas não a percebem ou a sua dimensão diminuiu consideravelmente. Será que estamos felizes, falando com pseudo espelhos de nós.... pois cada comunidade se une em função das semelhanças e não das diferenças. Aliás, as diferenças não são bem vindas. Se vc é diferente então "vá procurar sua turma" pois aqui vc não tem espaço. Um fato profundamente interessante nestas tribos é a sua homogenidade e semelhança. A lei da física os opostos se atraem só vale para o mundo físico e metálico. Para o mundo virtual o igual atrae o igual. As diferenças são repelidas e a tolerância é menor.

  
              É fácil mudar de página, mudar de comunidade, mudar tudo pois o outro não tem corpo, cheiro ou forma. Tem apenas uma imagem. Os feronômios não têm qualquer significado e as pessoas se apaixonam por imagens idealizadas.

            Acho fantástico, mas ao mesmo tempo vejo as crianças se tornarem mais ansiosas e intolerantes. Se o amigo não faz o que ela deseja, é descartada como na Internet: fechando-se a página e ignorando o colega. Não se discute, tentando resolver a situação. Apenas aprendemos a descartar as pessoas com se fossem páginas da Internet.

segunda-feira, 15 de março de 2010

As 2 caixas por Rubem Alves



 
Fernando Pessoa escrevia, lia o que escrevera e se assombrava. "Por que escrevi isto? Onde fui buscar isto? Isto é melhor do que eu..."

Coisa parecida acontece comigo. Alguém me mostra um texto e diz que fui eu quem o escreveu. Leio-o, mas não o reconheço. É como se tivesse sido escrito por uma outra pessoa. Mas, à medida em que vou lendo, vou ficando alegre. É um texto bom, melhor do que eu! Faço então as mesmas perguntas que fazia Fernando Pessoa ao ler o texto que acabara de escrever.


Sinto, então, vontade de publicar aquele texto de novo. Se ele surpreendeu a mim, é de se esperar que o mesmo aconteça com os leitores. E por que não?


Sei que Freud achava que a compulsão à repetição é um sintoma neurótico. Mas essa não é toda a verdade. Digo que o desejo da repetição pode ser a reação da alma diante da beleza. Quero ouvir de novo a "Valsinha", quero ver de novo as telas de Carl Larsson, quero comer de novo um frango com quiabo mineiro, quero ver de novo os ipês floridos...


Eu gostaria de publicar inteiros dois artigos que escrevi faz muito tempo. Eu os reli e gostei. Para que meus leitores saibam o que penso da educação. Como não posso publicá-los inteiros, vou publicar o essencial. E foi isso que escrevi:


"Explicações conceituais são difíceis de se aprender e fáceis de se esquecer. Por isso, caminho sempre pelo caminho dos poetas, que é o caminho das imagens. Em vez de explicar por meio de conceitos abstratos, vou mostrar o que digo por meio de imagens. Quem aprender as imagens terá aprendido o essencial da minha filosofia de educação."


"O corpo carrega duas caixas. Na mão direita, mão da destreza e do poder, ele leva uma caixa de ferramentas. E na mão esquerda, mão do coração e do prazer, ele leva uma caixa de brinquedos."


"Os animais não precisam de ferramentas. Seus corpos são as ferramentas de que necessitam para viver. Diferentes dos animais, nossos corpos são fracos e incompetentes. Se fôssemos depender deles para sobreviver, como os animais, há muito teríamos desaparecido da Terra. A fraqueza e a incompetência obrigaram o corpo a pensar e a criar. E foi assim que inventamos porretes, pilões, facas, flechas, redes, barcos, casas, como extensões do corpo."


"A primeira tarefa de cada geração, dos pais e das escolas, é passar aos filhos, como herança, a caixa de ferramentas. Para que eles sobrevivam e não tenham de começar da estaca zero."


"Diante da caixa de ferramentas, a primeira pergunta que um professor tem de fazer é: "Isso que estou ensinando é ferramenta para quê? De que forma esse conhecimento aumenta a competência dos meus alunos para viver a sua vida?"


Mas há uma outra caixa, na mão esquerda, a mão do coração e do prazer. Essa caixa está cheia de coisas inúteis que não servem para nada. Lá estão um livro de poemas da Cecília Meireles, a estória de "Alice no País das Maravilhas", um pé de jasmim, um quadro do Monet, uma sonata de Mozart, um banho de cachoeira, um beijo... Coisas inúteis. E, no entanto, elas são parte da vida e nos fazem sorrir. E não é para isso que se educa? Para que saibamos, além de viver, sorrir e ter prazer?



Resumo da minha filosofia de educação:
Primeiro, aprender ferramentas, para ter poder.
Segundo: aprender os brinquedos, para ter prazer...

Obs: Concordo com ele em gênero, número e grau.

Sobre Deus e os Homens




Lendo outro dia a Bíblia, meus olhos cairam nos versículos do Gênesis:


26 "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.


27 "E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.


28 E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. disse Deus." - Gn.1:26-28.
A declaração de Deus " Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança", sempre me intrigou. Com, nós tão diferentes e imperfeitos podemos ser semelhantes a Deus?


Então percebi em que somos semelhantes a Deus. Somos semelhantes na capacidade de criar e modificar a obra de Deus. Fomos criados com uma imensa capacidade criativa e esta criatividade é o que nos assemelha a Deus. Como Ele, temos o dom de criar e transformar o munso que Deus criou.

Este dom, de toda a criação, somente o homem a possui e é este dom que nos torna semelhante ao Criador e de algum modo, nos permite perceber um pouco da divindade de Deus.